domingo, 9 de novembro de 2014


2 comentários:

  1. Edílio

    Como eu preciso de campo,
    de folhas, brisas, vertentes,
    encosto-me a ti, que és árvore,
    de onde vão caindo flores
    sobre os meus olhos dormentes.

    Encosto-me a ti, que és margem
    de uma areia de silêncios
    que acompanha pelo tempo
    verdes rios transparentes;
    tua sombra, nos meus braços,
    tua frescura, em meus dentes.

    Nasce a lua nos meus olhos,
    passa pela minha vida…
    – e, tudo que era, resvala
    para calmos ocidentes.
    Caminhos de ar vão levando
    pura e nua essa que andava
    com as roupas mais diferentes.

    Olham pássaros, das nuvens,
    entre a luz dos mundos firmes
    e a das estrelas cadentes.
    E o orvalho da sua música
    vai recobrindo o meu rosto
    com um tremor que eu conhecia
    nos meus olhos já levados,
    idos, perdidos, ausentes…

    (Leve máscara de pérolas
    na minha face não sentes?)
    (Cecília Meireles)

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  2. Muita ficção ou é loucura mesmo?

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